
Especialistas avaliam que excesso de água durante atividade física pode ser prejudicial a saúde.
O mundo inteiro vive a última semana das Olimpíadas 2008 e, embalados pelos ídolos esportistas, “indivíduos normais” têm aderido à prática de esportes. E, quando se fala em atividade física, sempre lembramos da indicação: “Beba muita água ao praticar esportes". Mas, será que este adjetivo está bem colocado na frase? Será que até mesmo água em excesso não pode fazer mal a saúde?
Segundo o educador físico e personal trainer José Alexandre Filho, tudo que ingerimos deve ser controlado e até mesmo a água, em excesso, faz mal à saúde. “O excesso é comprometedor mesmo quando se trata do elemento mais nobre e vital da natureza, a água. Ter equilíbrio é fundamental", disse.
Após qualquer atividade física, a reposição de líquidos é imprescindível. Isto porque, para regular a temperatura do corpo, que aumenta durante os exercícios, o corpo transpira e, assim, causa a perda de água e minerais. Mas, independente da prática ou não de esportes, todas as pessoas devem ingerir cerca de 200ml de água a cada hora, o que resulta em dois a três litros por dia.
O universitário Vinicius Costa da Silva, 21 anos, contou que pratica esportes desde criança e tem sempre uma garrafa de água a tiracolo. “Não fico pensando em quanta água estou bebendo. Apenas tomo até acabar com a sede”. A sede continua a ser o principal sinal de que o corpo está desidratado e necessita de reposição líquida. Mas, de acordo com Alexandre, é nesta hora que se deve tomar cuidado para não causar uma hiperhidratação. “A hiperhidratação podem gerar vários problemas, entre eles a diminuição da concentração de sódio no sangue, o que diminuiria a pressão sangüínea, dificultando a irrigação do sangue pelo corpo", afirmou.
Outro problema descrito pelo personal trainer é um quadro parecido com a intoxicação alcoólica. O excesso de água no organismo pode levar a alterações da consciência, que levaria a pessoa a agir como se estivesse embriagada. Em termos médicos, esse quadro é chamado de intoxicação hídrica.
De acordo com o coordenador da Gestão de Saúde e Segurança Organizacional da Ramos Transportes, Marcelo Cassettari, a orientação profissional deve ser o primeiro passo para iniciar a prática de esportes, tanto para avaliar as condições físicas quanto para alertar o esportista em relação a cuidados como a ingestão de líquidos. “Qualquer mudança de hábito que uma pessoa queira fazer, primeiro de tudo ela deve procurar um médico, porque existem várias diferenças entre pessoas, como o peso, altura e antecedentes familiares. E tudo isso um profissional médico tem condição de avaliar", disse.
E o educador físico Alexandre completa: “a pessoa deve se interar sobre benefícios e cuidados necessários para uma prática saudável e eficaz, deve assegurar-se que está apta a exercer tal atividade para o tiro não sair pela culatra”.
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